Cabeça debruçada
na carteira, olhos fechando, notas em queda livre, falta de disposição para
tudo e reclamações cada vez mais frequentes por bagunça, brigas e discussões em
classe — se esse quadro lhe parece familiar?
O aluno pode
estar dormindo menos do que deveria. De acordo com a recomendação de
especialistas em sono, um adolescente necessita de pelo menos 9 horas de
repouso — isso mesmo, nove horas! — para garantir uma rotina saudável de
estudos. Isso significa que, se o sinal de entrada do colégio soa às 7 horas, a
garotada tem de estar contando carneirinho às 21 horas para acordar às 6 horas.
Este horário poderia ser perfeito para uma ou duas décadas atrás. O problema é que essa rotina mostra-se impraticável nos dias de
hoje.
Os
problemas de nota baixa ligados à falta de sono têm a ver com a fadiga dos
neurônios responsáveis pelo raciocínio. Se não estiverem descansados, vão
comprometer a memória, a atenção e a percepção. Essa disfunção também pode levar
a quadros depressivos, que se desdobram em vários outros problemas como:
"Irritação, agressividade, violência gratuita, problemas com alimentação, obesidade
ou anorexia, além de uma visão com perspectiva negativa do mundo e um estado de
angústia permanente, contribuem para que muitos busquem uma saída nas drogas e
no álcool", elenca Nadia Bossa, diretora científica da Associação
Brasileira de Psicopedagogia (ABPp).
Daí a pergunta: Já não passou da hora das escolas começarem a ofertar
horários de aulas condizentes biologicamente com o adolescente?
A consolidação da memória acontece
quando a pessoa está dormindo. Se ela não dorme, muito do que estudou não vai
ficar devidamente registrado, por mais que se esforce. Além disso, na hora da
prova o aluno vai estar sonolento e com os reflexos neuronais lentos, o que
comprometerá seu raciocínio.
No Brasil, uma investigação recém
apresentada pelo Instituto Glia, em Ribeirão Preto, no interior paulista,
mostra que crianças e adolescentes que dormem mais de oito horas por noite
apresentam quase o dobro de chances de ter uma cuca mais sadia e um boletim
nota 10, em comparação com os que descansam menos do que isso.
"A falta de
sono altera o humor, o comportamento e o aprendizado do jovem, além de baixar
as defesas imunológicas do seu corpo. As noites mal dormidas podem acarretar
também problemas de estatura em adolescentes, por causa da alteração na
produção do hormônio do crescimento, que acontece durante o sono e é responsável
pelo estirão da puberdade. Às vezes, 15 a 30 minutos a mais de descanso matinal
já fazem diferença para a saúde da garotada", acredita Márcia Pradella-Hallinan,
responsável pelo Setor de Pediatria do Instituto do Sono da Universidade Federal
de São Paulo (Unifesp).
Nos Estados
Unidos, um trabalho piloto do Hasbro Children’s Hospital, de Rhole Island,
propôs que uma pequena escola retardasse em meia hora o horário de entrada dos
alunos, prorrogando das 8h00 para as 8h30. O resultado confirmou o que os
médicos já esperavam: os minutos adicionais de sono garantiram benefícios para
o estado de alerta, o humor e a saúde geral dos teens.
Os especialistas
do sono defendem que qualquer atraso no início da aula no período matutino pode
ser considerado saudável.
Fonte: Revista SAÚDE – Edição Online –
Texto de Giuliano Agmont, adaptado
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